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21 agosto 2013

NOS TEMPOS DA CAROCHINHA




Aproveitando meus últimos dias de férias, e um tempinho de necessário repouso, fui fuçar em alguns álbuns que trouxe. Pensei em selecionar algumas fotos de viagens que eu fiz pelo Brasil... queria matar um pouco a saudades e fazer planos. Queria saber quais lugares eu ainda preciso conhecer e quais eu gostaria de voltar, sem contar com os destinos certos em MG; Belo Horizonte, Boa Esperança e Luz. Mas rapidamente constatei que não havia trazido todos os meus álbuns. Foi impossível trazê-los na mala e foram retirados num ultimo momento pelo peso excessivo. Bom, os planos de viagem ficam para outra vez... as fotos que eu encontrei foram até mais interessantes e uma inesperada nostalgia veio me visitar...


Meu pai Noé, minha mae Iva e eu poucos dias depois de chegar ao mundo...

Antes de imigrar eu estive em Luz separando nossos álbuns de infância. Como todas nós moramos longe, certamente cada uma de minhas irmãs iria querer uma parte. Digitalizei e imprimi as fotos em comum e separarei as individuais... um trabalhão, diga-se de passagem. Mas nem cheguei a apreciar o trabalho e na correria da partida coloquei todas as minhas fotos de infância num envelope e as guardei na mala, planejando organizar este álbum num momento oportuno. Mas como era de se esperar o momento oportuno sempre demora...


Minha mae e eu fantasiada para o Carnaval
Depois da euforia das lembranças... na verdade muitas das fotos nem tenho recordações do dia, algumas anotações me ajudaram e algumas lembranças apareceram... muitas boas, a maioria até, mas outras nem tanto... é normal! Comecei a selecionar algumas que eu achei legal e a pensar o que escreveria sobre elas. Se tem uma coisa que eu gosto de fazer, além da minha profissão, é escrever e fotografar. Simplesmente amo! Não tem explicação... Escrevi a vida inteira, sempre tive diários, montei álbuns de lembranças, na época não existia ainda o scrapbook, (nem preciso mencionar os blogs!) mas eu já fazia meu diário em fotos, pequenas lembranças diárias e palavras. Também gosto de refletir sobre ideias, para mim às vezes é importante mudar a forma de ver as coisas, às vezes é até vital! Se podemos ver todas as mudanças fora de nós, certamente podemos vê-las dentro também, basta que haja um pequeno esforço. Estamos em constante evolução e em muitos casos precisamos criar um novo conceito para as coisas, senão petrificamos num tempo enquanto a vida passa. A igreja muda, a sociedade muda, o mundo muda, nós também mudamos, ou melhor, temos que mudar não só o corpo físico, mas nossa maneira de pensar, de ver as coisas. Até nossos valores mudam, é natural que seja assim... só não devemos deixar que mude para pior pois o perdedor será sempre nós mesmos, isso é fato! 


Fiquei algum tempo pensando se deveria me expor tanto, e qual mal poderia me acontecer postando minhas fotos assim num meio nem sempre todo favorável. Depois a resposta veio. Qualquer um está exposto à maldade alheia, porque na maioria das vezes ela vem de dentro do seu meio, das pessoas que lhe conhece. Não sou nenhuma celebridade nacional, talvez até já tenha sido numa pequena cidade com alguns mil habitantes, há muitos anos atrás, onde minha família foi rica, poderosa e influente. Mas os tempos mudam... o que foi passado passou, e há muito tempo os tempos são outros. Então não há porque deixar de me divertir contando minhas histórias e conversando com os amigos que quiserem partilhar comigo estes momentos. Sempre a luz dos que as tem é mais forte que a escuridão dos que não as tem. E assim me dou por convencida.



Em Brasília com meu ursinho querido,  Júnia e a prima Helena
Sinto-me privilegiada pelo fato de meu pai gostar de viajar e desde muito novinha me levar para vários passeios que se tornariam inesquecíveis. Conheci o Rio de Janeiro antes mesmo do meu primeiro ano de vida, fui a Brasília, São Paulo, e muitas, muitas praias, mas sempre no litoral de São Paulo, Rio ou Espírito Santo, outros lugares só conheci bem mais tarde. Eram assim nossas férias: - Janeiro no litoral sudeste e julho em Boa Esperança na casa de minha vó paterna com meus primos e tios. Uma farra!! A cada foto de férias que fui encontrando, a família ia aumentado... primeiro apenas eu, depois veio a Júnia, a Poliana e finalmente a Sabrina. Quatro mulheres, como escadinha. Temos pouca diferença de idade, eu e a Júnia somos exatos 1 ano e treze dias de diferença. O intervalo demorou um pouco com a Poliana e de mim para Sabrina passaram-se sete anos.



Boa Esperança no quintal da vovó
Gosto de me divertir com os nomes das cidades das quais fizeram minha vida, isso me faz sentir especial, todo mundo tem que achar alguma coisa para se sentir importante no mundo, mesmo que não tenha a menor lógica nem faça o menor sentido para ninguém. Mas estou falando da minha infância, da minha origem e posso florear um pouco (rsrsrs). Meu pai veio de Boa Esperança (sul de Minas) e minha mãe nasceu em Luz (oeste de Minas) então posso pensar que sou uma pessoa de Luz e Esperança, boa claro! E que um dia fui ver o havia depois das montanhas onde nasceu o (rio) São Francisco e acabei encontrando um Belo Horizonte. So até ai é romântico pensar, sobre o Canadá é outra historia e eu ainda não sei o que dizer. (rsrsr) 

Foi com este olhar romântico, meio piegas ate, que fui aos pouquinhos lembrando o que eu mais gostava o que me divertia e como eu tive mais momentos felizes que tristes, apesar deles existirem também. A vida sempre tem percalços... naquela época vivíamos a ditadura militar e eu particularmente senti os efeitos dela. Não que eu tivesse assim esta consciência nem que tivesse sido parte principal em alguma coisa (era apenas uma criança). Mas meu avô materno foi líder regional de um partido que se chamava Arena - Aliança Renovadora Nacional - uma junção de partido criado em 1965 para apoiar o golpe militar no Brasil. Ele morreu alguns meses depois que eu nasci, no ano de 1971. O partido felizmente acabou alguns anos depois. Meu avô também não era nenhum Sarney (só pensar o nome me da náusea e fazer esta comparação me parece ridícula, mas fiz).... muito pelo contrário, na nossa região foi um homem de bem, era generoso e deixou muitas benfeitorias na cidade. Mas era também um coronel, não do exército, mas daqueles que herdaram a patente que foi comprada na época que os imperiais do Brasil começaram a vender seu sangue azul (pois estavam empobrecendo) para a burguesia rica que precisava deste título para se tornar nobre... parece até historia da Carochinha mas não é! 


Minha primeira viagem
Meu avô não fez nenhum parente, nem filho político, apenas um genro o tio Lanier foi prefeito de Luz por algumas vezes, enquanto meu avo era vivo, nem sei se era do mesmo partido. Talvez o fato dele ter morrido de enfarto pouco tempo depois de ter sido traído de maneira desonesta em uma eleição possa explicar um pouco esta rejeição a política pelos seus descendentes. Mas enfim, meu avô tinha influencia para nomear pessoas e garantir benefícios em favor da cidade. Embora eu possa dizer com orgulho que apesar de ir contra seu pai que achava que mulher não podia fazer faculdade, minha mãe fez, e todos os cargos que ela exerceu foi através de concurso publico. Se teve autoridade foi por mérito próprio. Na época mulheres não podiam trabalhar, usar calça comprida e todas aquelas babozeiras que conhecemos. Meu avô era moderno para muitas coisas, tinha carro e andava de motorista, numa época que andar de trem ainda era chic, mas não tão moderno para deixar minha mãe estudar além do curso normal. 


Dentre outras coisas, o antigo campo de aviação da cidade, famoso na minha época de criança, é uma parte do que hoje é cidade e foi doada à igreja (naquela época era importante deixar bens para a paróquia). Até onde eu vi este terreno tinha sido loteado e vendido pela Mitra Diocesana. Virou um bairro popular entre a faculdade e a Br 262. Mas nada do que se foi feito tem importância agora, seus valores ficaram no passado, a nós restou a herança material, espiritual, genética e claro, algumas histórias. Em sua homenagem só restou uma avenida com seu nome e a saudade da família, ninguém desta nova geração ouviu falar quem foi Guarim Caetano Fonseca. 


Mas enfim, a influência teve vantagens e também desvantagens, por isso posso falar que conheço as consequências negativas de ter um nome de peso numa sociedade pequena. Não conheci o “reinado” de meu avô, eu cheguei quando tudo começava a ser dividido entre doze filhos, uma esposa e a igreja ou a cidade. Mas conheci a decadência da sociedade elitista e tradicional, pois cresci vendo uma população oprimida crescer, a cidade expandir e as pessoas reivindicarem direitos iguais. Então conheço bem o que é inveja, olho gordo, raiva e vingança, e sei que isso vem sempre dos que conhecemos, ou dos que nos conhecem (mesmo sem a gente conhecê-los). E, dificilmente podemos evitar o ódio gratuito, assim como não podemos evitar nossas heranças e os ranços políticos do passado. Então, mesmo que às vezes de maneira sofrida eu aprendi a não temer, mas conhecer, respeitar (não desdenhar) a maldade alheia e a aceitar quem eu sou e de onde eu vim com resignação.



Rodrigo (primo) e eu na 1 Comunhao
Luz era uma cidade pequena e tranquila, ainda é na verdade. Sede de bispado que coordena 36 cidades e contendo umas das únicas catedrais no Brasil em homenagem a Nossa Senhora da Luz. A religião tinha, e ainda tem, grande influência na vida de todas as pessoas que nasceram ou vivem lá. Naquela época a cidade seguia um ritmo ainda lento ao som das badalas do sino da igreja e do hino nacional nas primeiras horas da manhã cantado com a mão no peito em fila indiana sob o sol na entrada da escola. Rezar no início de cada aula não era obrigatório, mas natural, o de praxe. Também vivíamos na época da obediência burra e cega. Autoridade era quase Deus! Não precisamos amar os pais embora fosse inevitável, apenas respeita-los e obedecê-los era suficiente para vê-los contente conosco, a cartilha dizia apenas; “Amei a Deus sob toas as coisas e honrai pai e mãe”.



Ultima matiné de Carnaval no Clube Social de Luz
Eu não podia faltar à aula... mesmo doente, minha mãe achava que eu tinha que dar o exemplo de boa aluna! Não demorou muito para eu me cansar e mostrar que sou humana e não boi em confinamento, a adolescência tarda, mas não falha! (Rsrsr...) Era difícil viver com tantas obrigações absurdas, principalmente as aparências que a sociedade pedia. Não pedia felicidade, não pedia dialogo, não pedia compreensão, naquela época não muito distante, ela não queria saber quem você é mas, quem você deveria parecer ser! A rigidez militar também adentrava minha casa, poucas conversas, diálogo mesmo era com a correia! Só de pensar sinto arrepio... Muitas vezes nem sabia por que apanhava... Criança não tinha voz, não tinha vez, era obedecer e ficar quieta. Sorte nossa que nossos pais passavam um tempo enorme fora de casa trabalhando e nessas horas, mesmo com os empregados por perto, podíamos virar moleques de fundo de quintal, garantindo quase sempre um coro no final do dia... o que não parecia nos desanimar pois, no dia seguinte, começávamos tudo de novo!


Divertido mesmo eram as noites que papai resolvia vir deitar conosco e contar suas estórias... como ele era bom contador de estórias! Os dias de chuva e as estórias de D. Onça eram as melhores! Ai que medo gostoso desta maldosa vilã, a D. Onça, que nos fazia cada vez mais agarradinhos ao pai. Como nada é perfeito eu ficava chateada por ser a maior, pois nunca sobrava uma beiradinha ao seu lado para mim... a disputa sempre foi acirrada e eu sempre sai perdendo! Se não fosse eu ter tido um ano antes delas, neste caso de vantagem, eu jamais teria ganhado um colinho só pra mim. Mamãe também tinha seus truques, leu a enciclopédia “o mundo da criança” toda para mim. Contos e fabulas que delícia! Mas a estória que eu mais lembro era a do Joãozinho e Maria, cantada do seu quarto enquanto eu dormia encolhidinha no meu, para espantar meu medo que era gigantesco.



Poliana, Eu, a filha de uma amiga da minha mae e Júnia com a Sabrina no colo

   
Eu odiava o bar o Eurico onde meu pai ia algumas vezes a noite se encontrar com amigos. Nós ficávamos esperando com as babás até ele chegar (nunca muito tarde), mas suficiente para nos fazer odiar o Eurico. Pra descontar, durante o dia quando podíamos passamos na casa dele, que era ao lado do bar, tocávamos campainha e saíamos correndo! Hahahaha! O Eurico merecia! Além do mais, a casa dele era de fundo à nossa e às vezes (pois os quintais eram grandes) podíamos ouvir os berros de alguém (nunca soube quem) que morava lá. A pessoa não sabia falar e certamente tinha problemas mentais. Naquela época costumava-se esconder em casa as pessoas com qualquer deficiência mais grave. Ninguém nunca via.  Isso fez do coitado do Eurico o vilão de todas nossas estórias, ele e o Brutos, o pastor alemão do vizinho que nos matava de susto com seus latidos sempre que passávamos distraídos em frente ao portão da sua  garagem. Brutos já se foi há muitos anos e o Sr. Eurico nunca mais o vi, espero que ele nos perdoe um dia... (rsrs)


Fazenda Usina
Os momentos felizes são sempre os melhores pra se relembrar. E estes eu tenho muitos. Como quando coincidiam nossos passeios na pracinha próxima de casa com a chegada do caminhão da Coca-Cola. Era certo que o moço nos dava alguma coisa, ora uma garrafa pequena ora um litro para dividirmos com as amigas! Não sei se pela nossa insistência em ganhar ou se porque eles eram sempre bonzinhos mesmo. Mocinhas educadas, devolvíamos os cascos para garantir a próxima gentileza deles. 
Junia, Poliana, Papai com Sabrina, prima Cíntia  e eu na fazenda




Mas sem dúvida não eram tão bonzinhos como o vô Careca, Sr. Antônio (não lembro o sobrenome) um senhor amigo do papai que sempre nos dava dinheiro. Maravilha!!! Não tinha nenhuma má intenção como poderíamos pensar hoje. Era como um vô mesmo, um homem que adorava crianças e que nós o adorávamos também. Teve no meu coração o mesmo afeto que meus avôs teriam se eu os tivesse vivos. Era ele chegar e a grana para o chiclete no bar da esquina, em frente à pracinha, estava garantida. Não era o bar do Eurico. O dele ficava algumas casas adiante. Era o bar da esquina!


Para os mais antigos é fácil imaginar as cenas, mas para os mais novos imagino quanta estranheza isso. Em frente nossa casa funcionava a telefônica, e muitas vezes íamos escondidas brincar com as telefonistas. Elas nos mostravam os fios que faziam as conexões e às vezes até podíamos ligá-los quando alguém pedia uma ligação. Sou do tempo que para fazer uma ligação bastava pegar o telefone e falar para a telefonista assim: - Quero falar com a vovó! Rsrsr.... a voz certamente ela conhecia. Não deveria ter mais de uma dúzia de telefones na cidade.



Meu primeiro aniversário!


Tv, era preta e branca, só depois veio a colorida. E não éramos fissuradas na telinha não. No início dos anos 80 lembro-me da “HB 80” (Hanna Barbera), meus desenhos preferidos, também da liga da justiça e do sítio do pica-pau amarelo! Tudo de muito bom!!! Naquela época já passava sessão da tarde rsrsrs... mas não podíamos nem gostávamos de ficar assistindo muita coisa não. Aprendemos mais a inventar brincadeiras e a brincar com os amigos. Alem disso gostávamos de colecionar papéis de carta e trocá-las com as amigas; ou de colecionar tampinhas de refrigerante com os personagens do Walt Disney. Hummm...isso tem mesmo um sabor de infância! Também fiz piano, aprendi violão e pintura. Dos três só me restou a pintura e a lembrança do caderno de música, pois eu gostava mesmo era de desenhar os símbolos musicais naquelas linhas parecendo os fios de poste de iluminação. 

Uma vez eu e minhas irmãs conseguimos montar praticamente uma cidade num espaço comercial do papai que havia sido liberado por um contador que tinha tido escritório lá. Os papeis que ele deixou, serviram para o banco que a Junia administrava. Banco precisa mesmo de uma papelada! Rssr.. Tínhamos salão de beleza, advogados e um tanto de outras profissões. Eu sendo mais velha, administrava a cidade e organizava os espaços e a entrada de novos comerciantes. Todas as meninas da rua queriam brincar! No final todas tinham um negocio e ninguém tinha cliente! Conclusão, eu seria cliente de todas e quando alguém queria fazer alguma coisa tinha que fechar temporariamente seu estabelecimento. Tanta menina, claro que o salão era um sucesso! E o banco também, afinal todo mundo precisava de dinheiro.  


Eu (amarelo) e minha amiga Renata Ghader - 7 de setembro em Luz
Eu adorava ser baliza nos desfiles de 7 de setembro, aliás amava! Gostava mais do que as inúmeras apresentações de jazz, fiz ballet por vários anos, mas não achei uma foto sequer; nem dos desfiles que eu participava quase sistematicamente. Acho que eu gostava mesmo era de ficar de cabeça para baixo, de fazer pirâmides, de me contorcer para pegar o bastão e de fazer estrelas... ah quanta liberdade!!... Sair pulando e fazendo estrelas pelas ruas durante os desfiles enquanto todos marchavam em fila iguais soldados!!!



Baile de debutantes no Clube Social de Luz
De desfilar parei assim que debutei, (“debut” era uma festa que se fazia para apresentar as meninas de 15 anos à sociedade, não existe mais). Aliás o meu “debut” foi uma das últimas que teve na cidade. Dos desfiles lembro-me do frio na barriga que me dava quando eu ainda estava escondida atrás do palco, mas que quando chegava às passarelas tudo passava e era muito divertido. Socila era também passagem obrigatória de uma moça da sociedade mineira; aprender a andar, sentar, a servir bem uma mesa e a comer com elegância fazia parte da boa educação que herdamos dos franceses. 




Já participei também de concursos de dança e de uma peça de teatro quando eu era bem pequena. Bem pequena mesmo! No final na peça me pediram para dançar quando abrissem as cortinas. E tcham... eu lá no centro do palco, uma luz em cima de mim e... nada! Morri de vergonha... Agora em casa eu e minhas irmãs encenávamos sempre a peça “Montéquios e Capuletos” versão turma da Mônica!!! Era o Máximo!  E em Boa Esperança eu era a bailarina que dançava ao som do piano de minha prima Ligia, todos aplaudiam! E achavam a maior graça de eu dançar sempre nas pontas dos pés, o bale que aprendi em Luz fazia sucesso em Boa Esperança. Só para explicar; Boa Esperança era a casa da minha vó e das minhas tias, não era a cidade de Boa Esperança, era meu mundo em Boa Esperança... só quando cresci percebi melhor o diferença. Rsrs...



Nossa fui longe! Mas certamente poderia ir até mais, pois são tantas boas lembranças, boa esperança (rs) e um banho de LUZ na minha memória!... rsrs... Mas vou terminar por aqui e deixar sua imaginação te levar para o seu tempo de infância... Quanta história você poderia contar para seus filhos, sobrinhos, amigos, netos? Quanta diferença você vê da sua infância para os dias de hoje? Quanta doçura, ternura e alegria você poderia trazer destes tempos para colocar na sua vida de hoje? E quantas lembranças desagradáveis você poderia esquecer, perdoar, enfim livrar-se da dor delas?  



Para mim foi uma viagem boa e me deu a sensação de ter sido tão pouco tempo para tanta mudança, mas sei que muitas outras virão e espero estar sempre aberta para aceitar o mundo novo que ainda tenho para viver! Se você teve tempo e paciência para chegar até aqui, nem tudo mudou não é mesmo? Ainda guardamos algum tempo para escutar os amigos, então obrigada por me escutar! 



“No meu infinito particular sou pequenina e também gigante! (...) O mundo é portátil pra quem não tem nada a esconder.” (Marisa Monte)

Um comentário:

  1. Nossa Dani! Uma aula de história com toques de desabafo, uma remexida no bau das memória, uma homenagem aos bons tempos que nos fizeram quem somos hoje.... E que bom que pudemos vivê-los e, acima de tudo, curtí-lo!Melhor ainda é saber que existem pessoas, como voce, capazes de transformar momentos, imagens e saudade em palavras! Parabéns!!!!

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